quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Adeus a Bill

Hoje é um daqueles dias tristes
Ontem também foi
Mas hoje é triste porque morreu meu cachorro
Adeus Bill, você foi um mau cachorro.
Mas o suficiente para ser um bom cachorro pra mim.
Do jeito que você era.


sexta-feira, 20 de abril de 2018

Eu como poesia.
Me alimento dela
Devoro-a como um faminto
Preciso dela
Me lambuzo.




A poesia é meu café,
meu almoço e janta. 

É preciso cultivar o 
hábito saudável de consumi-la
a cada três horas. 

Os especialistas advertem:
doses diárias menores 
que as recomendas
podem matar 
a alma de inanição. 



@textosdegaveta

quinta-feira, 12 de abril de 2018




Observar as pessoas é um caminho sem volta.
Pequenas atitudes dizem tanto sobre alguém.

Um bom observador costuma saber
quem é quem de verdade.


@textosdegaveta

sábado, 17 de fevereiro de 2018




Nunca foi por antipatia,

desinteresse ou miopia. 

Só era extremamente tímida.

A gritante dificuldade 
em olhar nos olhos de alguém 
era sua maior barreira.

E acredite, ela detestava ser assim.


@textosdegaveta

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

#nota7



Eu estava mesmo determinado a ir embora.
Mas ela me segurou pelos braços
e com aqueles olhos intensos como os de Capitu
 disse:
- não vai embora, fica.

Aquilo foi o suficiente, o bastante, o necessário,
o mais que extraordinário e isóloto motivo
para razoavelmente eu querer ficar para sempre.

Essa entrega por tão pouco
foi minha redenção, rendição e total destruição.
Há de se pensar que me arrependi, mas não.
Na verdade, até aquele dia eu nunca havia sequer vivido.

@textosdegaveta


quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018


20 e poucos anos:
acordar às 6h,
boletos,
supermercado 2 vezes na semana,
pilates na terça,
corridinha de leve na quarta,
cerveja depois do expediente na quinta,
jogar o lixo fora,
imposto de renda,
sexta-feira, que bom, chegou.

Às vezes finjo em ser adulto.
Mas no fundo, eu acho que aqui dentro
só tem uma criança. 

@textosdegaveta

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018




Eu fui andando pra comer algo e desejei você por perto.
As cadeiras vazias acentuavam a minha saudade
e a vontade de que você estivesse ali.
Sinto cada vez mais a sua falta.
Além da saudade.

13 dec 2013

@textosdegaveta






13/12/2013 17:09

quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Nota 05



O tempo rasgou saudade
aqui no meu peito.
E eu escrevo
pra ver se esqueço.

Não é por vaidade
ou melancolia.

Escrevo do jeito que posso
isso que aqui grita
todo dia:

- Eu te amo!

@textosdegaveta

Nota 04




Escrevo todo dia,
até eu perceber
que aqui nesse peito
já não tenho nada a dizer
à quem mais me importa
Eu mesma.
Prazer!

@textosdegaveta


Nota 03



Eu não sei dizer
se é paixão
ou apego.
Mas eu quero
estar sempre com você,
e isso eu não nego.


@textosdegaveta

segunda-feira, 29 de janeiro de 2018



Levantou.
Ligou a TV.
Olhou as horas.
04:31 am.
Deitou e pensou
que era amor.
Mas era só fome mesmo
o que sentia.
Abriu a geladeira.
Comeu.
E foi dormir.

@textosdegaveta

Nota mental



Olha com mais carinho pra você,
vai ver é isso que tá faltando. 

@textosdegaveta 

domingo, 28 de janeiro de 2018

Dói, mas passa.



Eu só queria te dizer uma coisa: 
Vai doer. 
Dói demais.
Mas passa. 

@textosdegaveta

Texto de Gaveta 2

Meu querido blog, em todos esses anos você nunca me abandou.
Eu surtei várias vezes, eu sei.
E você, sempre tão paciente permaneceu aqui,
esperando eu voltar mais uma vez.
Fiz tantas promessas a ti. Inclusive várias aqui.
Por vezes tentei mudar.
Por vezes fracassei.
Mas volta e meia, pra cá voltei,
me lamuriando quando tudo estava dando errado pra mim,
ou agradecendo por não ter morrido até agora.
Altos sufocos.
Mas aqui você ficou.
Creio que de todos os meus amigos,
tu és o mais especial.
Acho que te personifiquei de tal modo
Que vi em ti meu consolo, meu afago, meu eu mais profundo.
Tu me perdoas os erros gramaticais mais tenebrosos,
Quando  os dias são  chuvosos de tristeza e a vontade de desaparecer é grande
Eu lembro que aqui posso pedir anistia.
Eu lembro que aqui posso ser eu.
Sem medo.
Nas madrugada loucas de insônia,
Me embebedei em meias dúzias de palavras escritas
E vomitei mais meia dúzia e fui embora.
Mas como um amigo que és, eu voltava, e aqui estavas.

Quase 10 anos não é pra qualquer um!
Tu és a relação mais longa que já tive.
Meu caso secreto de amor literário.
Meu elo perdido.
As notas e secredos de armário.
Minhas anotações de gavetas vêm todas pra cá.

Obrigada querido blog.

A de sempre, Glenda Cardelly

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Texto 01

Queria aprender a ser mais forte
E encontrar em mim 
A força necessária 

Lutar contra as correntes internas que te prendem 
Talvez seja a maior das lutas 

Ser seu próprio juiz 
Seu algoz
Seu carrasco
É a pior maneira de autocorreção 
Às vezes é bom ser mais paciente consigo mesmo
Aceitar que nem tudo é perfeito
Entender que em cada erro
A gente pode aprender
Não se cobrar o tempo todo
Te torna leve e livre
Muitas prisões estão dentro

Liga o f*da-de!  

domingo, 21 de janeiro de 2018

Reflexão de domingo

Hoje é um daqueles domingos em que eu prometo várias coisas a mim, prometo que vou enfiar a cara na porra dos livros, prometo que vou me alimentar melhor, são tantas promessas.
Domingo é o dia que mais me deixa reflexiva, especialmente porque percebo que boa parte das promessas do domingo passado ainda não foram cumpridas, e assim seguimos a vida.

Mas hoje em especial eu olho para mim mesma, o observo a pessoa que me tornei.

"Pessoas não são a resposta, são as perguntas"

Isso ficou me martelando durante vários dias.
Será que busco as respostas nas pessoas?
Será que busco as respostas no lugar certo?
Será que busco as respostas em mim?
Eu sou uma pessoa.
Não tenho respostas.
Eu só tenho perguntas.
Muitas perguntas.
Será que existe resposta para toda pergunta?
Muitas perguntas.

Particularmente, eu ando tão cansada, saturada, exausta, sem paciência com absolutamente tudo.
Mas eu finjo.
E quem não finge?
A gente finge o tempo todo, não?

Aqui da minha mesa de estudos, por exemplo, eu tenho uma boa visão, tem árvores, dá pra sentir o balançar delas quase o tempo todo. É bonito de ver.
Mas será que elas também fingem que são árvores?
Será que elas também fingem e se comportam como o esperado?
Afinal, elas são árvores.

Cheguei a conclusão que me cobro demais.
Sou exigente demais comigo.
Eu preciso realmente obter todas as respostas agora?
Haverá um dia em que terei as respostas que procuro?
E se, eu parasse de ser assim como sou?
E como eu sou?
Eu não tenho resposta pra nada.
Eu finjo que tenho.

Espero, de todo o coração um dia encontrar o que desejo.




quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Não sei o que é, mas bora escrever!

Esses primeiros dias do ano têm sido uma loucura para mim, fiz tanta coisa, mas sinto como se não tivesse feito nada. Hoje faz literalmente 19 dias desde que o novo ano começou, e honestamente, eu sinto como se os dias escorressem pelas minhas mãos como areia da praia por entre os dedos de crianca.
Fiz uma pequena lista de coisas que eu quero fazer até o ano acabar, entre elas eu já  construi meu próprio bullet journal, comecei a correr, perdi três quilos, li três livros, e estou lendo mais dois que pretendo terminar até o final do mês, minha lista está sendo realizada. Mas aquela sensação ainda continua lá. Me cutucando sem parar.
Estou lendo um livro que fala sobre a Sutil Arte de Ligar o Foda-se do Mark Manson, e até o momento ele tem sido interessante, mas não de encher o olhos de entusiasmo, tanto que me deu sono logo nas vinte primeiras páginas. Outro que estou lendo é o Manual de Persuasão do FBI de Jack Shafer, este me parece ser bem mais interessante, ele fala sobre expressões faciais e comportamentos  que abrem portas para as pessoas se aproximarem de você e te verem como alguém amigável. Tenho um interessante grande pelo assunto: expressão corporal e microepresssoes faciais. Mas ainda assim, me falta algo.
Amanheci com um resfriado fudido, daquelas que me deixam com o olho inchado, pra piorar ontem cortei o dedo tentando cortar uma maçã, e no mesmo lugar da última vez que cortei. Fiquei menstruada também, mas isso não é ruim. Em resumo, passei o dia de molho, vi uma série inteira hoje, The End of the Fucking World, comi desesperadamente, uma fome que não tinha fim, li os livros, ouvi Back to Black da Amy e pá! To aqui escrevendo de novo. 
E a sensação continua aqui. 
Eu acho que quero ir embora, mas eu fico.
Eu acho que quero falar, mas me calo.
Eu acho tanta coisa, e depois deixo de achar.
No final, eu só quero me encontrar e me achar. 
Eu olho minhas mensagens, mas me tornei aquele tipo de pessoa que só respondo quem me interessa. 
Mas logo perco o interesse disso tudo.
Não sei o que está acontecendo comigo. 
Minha vida financeira está um caos.
Não consigo me concentrar nos estudos.
Não consigo fazer uma porção de coisas.
E isso é uma merda! 
Escrever tem sido meu único refúgio. 
Ao menos isso. 


Um dia eu tomei uma decisão na minha vida, e ela consistia em ser verdadeira comigo mesma. Infelizmente eu demorei muito, muito, muito, muito tempo até entender isso. Ser honesto consigo mesmo é um processo às vezes doloroso e longo, especialmente quando você não está em confluência com aquilo que te permeia, te constitui e é sua essência. A aceitação é o primeiro passo. Isso não significa que você não deve mudar o que não  te agrada, pelo contrário. É o primeiro passo em direção aquilo que você gostaria de ser. Então eu decidi para minha vida a mudança que eu merecia e ainda mereço, porque afinal, eu mudo todos os dias. Já não sou mais a mesma que você conheceu há 5 minutos, quem dirá há 5, 10, 15 anos. Eu agradeço por cada pessoa que passou em minha vida, e também agradeço por cada segundo em que tive a oportunidade de mudar. Estou em busca de uma evolução espiritual pessoal. Não estranhe se eu parecer outra pessoa, no fundo talvez eu não seja mesmo. Mas de todo o coração, eu te desejo toda a felicidade do mundo, te desejo a mesma evolução, e se for pra ser, um dia nos encontraremos novamente, melhores ainda. Glenda Cardelly - Boa Vista, 09 de dezembro de 2017.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Notas de agradecimento

Eu agradeço por...


Em 2017...eu finalmente fui morar sozinha! 
Em 2017...eu entrei para um federal! Urru! Jornalismo!
Em 2017... eu conheci pessoas maravilhosas no curso! Tão louquinhos quanto eu!
Em 2017... eu me permiti mais, conheci pessoalmente uma pessoa muito especial!
Em 2017... eu viajei sozinha pela primeira vez!
Em 2017... eu tive a certeza de que o mais importante é ser feliz por dentro!
Em 2017... eu aprendi muitas coisas boas para minha vida!
Em 2017 aconteceram várias coisas desagradáveis, mas cada uma dela me ensinou a não desistir, especialmente de mim! 

Obrigada 2017! 

2018: um menino cheio de vontade!

Dois mil e dezoito, meu filho, você anda tão esquisito. Mal apareceu e já quer mudar a minha vida, não que eu esteja reclamando, mudanças são sempre bem-vindas, especialmente se forem boas. Mas é porque elas assustam no começo.
Espero que tenha paciência comigo, ainda guardo muitas coisas do seu irmão que se foi, o Dois Mil e Dezessete deixou muitas marcas em mim, e tenho que te informar que a maioria não foi boa. Mas como eu disse, são só marcas.
Marcas são marcas, elas não somem facilmente, algumas permanecem para sempre, mas elas provavelmente estarão lá por algum tempo, que é pra não esquecer, elas não querem ser esquecidas. Porém, vou conseguir. Essas marcas não doem mais.

Não estou dizendo que não quero aceitar sua proposta de mudança, eu vou entrar de cabeça, com tudo, arrombar a maçaneta, derrubar a porta. Eu me proponho a isso, e fazer tudo com muito tesão, me jogar sem medo ou com medo, o importante é ir!

Esse ano a limpeza aqui de casa, a casa que carrego comigo, a casa que sou eu, essa faxina já está sendo feita, é bom trocar os carpetes, as roupas de cama, tirar os móveis de lugar, a poeira em baixo na estante, jogar o lixo de 2017 e dar reset em tudo!

Só vem, 2018!!!!

sábado, 30 de setembro de 2017

Alunos do curso de Comunicação Social realizam ação social no Centro de Referência ao Imigrante

Neste sábado (30) o dia foi especial para os alunos do curso de Comunicação Social - Jornalismo da UFRR, em particular  para o calouros, que este ano sob a organização de seus veteranos realizaram uma boa ação.

Foto: Glenda Cardelly

Um ônibus da própria Universidade Federal de Roraima levou os alunos ao Centro de Referência ao Imigrante, criado por instituições públicas e organizações não-governamentais, local de apoio aos refugiados, situado no Ginásio Poliesportivo do Pintolândia, na zona oeste da capital.

Intitulada Trote Solidário - Jornalismo, a ação contou com ajuda e empenho dos acadêmicos do curso, que se comprometeram em levar kits de higiene pessoal as crianças na tarde de sábado. 

Nos kits constavam sabonete, creme dental, escova de dentes, entre outros. A meta inicial eram 100 sacolas com os itens, no entanto a arrecadação foi maior que o esperado. 


A ação de caráter social e solidário também teve como objetivo proporcionar as crianças do abrigo uma tarde de brincadeiras, diversão e acolhimento. 

Para o universitário Luiz Eduardo, a lição aprendida foi de valorização da vida, ao observar que existem pessoas mais necessitadas e que precisam de ajuda. 

O sentimento de satisfação em levar um dia de alegria as crianças  pode ser compartilhado pelo estudante do terceiro semestre de Comunicação Social, Benisson de Santana, 22 anos. 

A estudante Samanta Nascimento, de apenas 18 anos, acredita que o  sorriso dos refugiados mesmo diante de maiores dificuldades pode ser considerado a maior lição aprendida durante o ato solidário.

Com a meta alcançada, os materiais de higiene pessoal doados, os estudantes retornaram para casa com a sensação de dever cumprido. 



Por Glenda Cardelly. 






domingo, 24 de setembro de 2017


Por 8 anos esse blog serviu como uma espécie de confessionário, capaz de me levar a liberdade textual, de fato, muitos escritos permaneceram no secreto do meu computador. 

Talvez eu deveria ter escrito mais, 
mas como toda escritora de gaveta prefiro deixar meus segredos por lá mesmo.

Hoje, dia 24 de setembro de 2017, esse blog, que antes me servia de escape aos escritos sufocados em meu ser, passará a andar por outros caminhos. 

O retroatividade está de volta. 

terça-feira, 8 de agosto de 2017

Dorme, coração, tenta descansar
Que amanhã será tudo de novo. 


Maglore.

sexta-feira, 7 de abril de 2017

Sobre gente ensossa


Juro que não entendo essas pessoas 
que só vivem de metades.

Meio escritor, 
meio jornalista,
meio artista, 
meio amor, 
meia-vida!

Afinal, estamos falando 
de medicamentos 
ou pessoas?


@textosdegaveta



Pessoas que vivem só pela metade, 
eu juro que não entendo esse povo.

Eu amo me entregar! 
Me jogo,
me entrego, 
me gasto, 
me derreto, 
me basto!

E se no final, 
eu me der mal, 
meu bem, 
eu juro que da próxima vez 
volto a me entregar, 
de novo, de novo, de novo e de novo. 
Me entrego para a vida,
para as coisas que me movem, impulsionam.

Porque viver sem entrega, para mim não é viver. 
Viver pela metade não me atrai, 
eu gosto de expressar o que sinto, 
experimentar coisas novas, 
novos gostos, 
odeio gente ensossa! 

@textosdegaveta


sexta-feira, 24 de março de 2017

Intenção
Prioridade
Produtividade


Como obtê-los? 

sábado, 18 de março de 2017

Verso mal acabado

Eu acho que tenho um sério problema
Não é por mal, mas meu mal
é amar. 
Amor demais estraga.
Amor demais dói, corrói 
e mói 
o coração daqueles que amam!

Sofre porque queria o mesmo amor
amor redobrado de volta e dado
daquele a que se ama.

Mas são dois corações
cada um ama do jeito que sabe
que quer
que sente
E eu sinto!
Sinto muito, mas quanto mais
eu vou atrás de ti
mas eu me afasto de mim.

E não é isso que queremos, certo? 
Mesmo te querendo
trago no peito a certeza:
meu amor por você só é menor
do que sinto que por mim.
Isso me da a sensação de inteireza 
de que sou minha

Esses versos mal acabados
Sem rima
Sem prosa
Não foram feitos pra ti
Mas ao meu coração
Que ainda há de aprender
Que nesse jogo de amar
amor de mais também é perder

Perde-se a si
Perde-se de si
É perder. 

terça-feira, 14 de março de 2017

Por quê é tão difícil perdoar a si mesmo?
:( 

domingo, 12 de março de 2017

O primeiro passo

Quando penso nos meus sonhos percebo que quão longe eles estão. Muitos sonham como a mesma coisa. Será que nesse momento eles também estão se questionando sobre a possibilidade de alcançar o mesmo que eu quero?
Eu sonho, eu sonho, eu sonho, eu sonho.
Meu combustível é a força de vontade, eu tenho essa mania chata de querer vencer, deve ser mal do signo. A competitividade é o que me impulsiona a correr atrás, a não desistir. 

Semana passada falei para uma das minhas pacientes durante uma consulta: 'o primeiro passo é sempre o mais difícil'. E repeti ao final da conversa. 'lembre-se, o primeiro passo é sempre o mais difícil'. Acredito que estava falando isso para ela ao que projetei em mim. 

Dar o primeiro passo, depois de muito protelar é horrível. Amanhã é segunda. Lembrei de Gary Keller: "no mínimo, são 66 dias para adquirir um novo hábito". 

Puxa, como eu amo desafios!

Por incrível que pareça eu acho que amo as segundas. 


Saindo da massa

ESFORÇO
CONSISTÊNCIA
ESTRATÉGIA 

E S F O R Ç O
C O N S I S T Ê N C I A
E S T R A T É G I A 

ESFORÇO
CONSISTÊNCIA
ESTRATÉGIA 

domingo, 5 de março de 2017

Sobre escrever

Escrever, eis um hábito que foi perdido. Junto com todos os papéis engavetados na estante amarela do meu quarto. 
Achados de 1999. 
Hoje, ao lembrar daqueles anos longínquos, tenho a imensa satisfação de dizer que vou voltar a escrever.
Escrevo para e por mim! 
Escrevo porque isso ao longo dos anos foi o que me manteve. 
Escrevo porque não há melhor amiga do que a palavra escrita.
O papel é sempre muito, muito, muito paciente, já dizia Anne Frank.
Escrevo porque pela ponta dos dedos posso dar sentido à vida, a minha vida.
Escrevo porque é necessário.
Escrevo porque é questão de sobrevivência.
Escrevo porque posso, enfim, encontrar a mim mesma.
A mesma de 1999 numa versão mais atualizada. 
A essência não precisa ser perdida, porém reformulada.
Há muito a se aprender, viver e sonhar.


Boa Vista, 05 de março de 2017. 16:44 

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Amor marginal

Deve haver um outro mundo
por detrás de cada amante
Uma ponte infinda, no assoalho
Um berçário de estrelas
Vazio, profundo
Na densidade infinita dos deuses
Dentro, a lente dos olhos
Dos átomos
De todas as coisas indivisíveis
Realidades nascem sorrateiras.
Por que você sonha em fugir, baby?

 Johnny Hooker

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Ensaio e erro

Eu tento escrever
mas a palavras de mim fogem.
É como tentar encher uma piscina
com conta-gotas
Um balde furado
ou guardar água em esponja
Pingo de chuva no mar
Elas me fogem todas
Tento agarrar
Esse verso
Por exemplo
Foi meu último suspiro
Pairo
Tento
É difícil tentar entender
Me entender
É compulsivo
Confuso
Intruso
Vem e vai
Corre sem fim
Meus pensamentos fluem
E eu prefiro ir
Adeus

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Hoje acordei, tomei meu café
e resolvi que ia colocar minha vida nos eixos.
O problema são as curvas.

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Sobre o ser

E mais uma vez,
a vida pede um novo recomeço:

Dessa vez,
serei quem eu sempre quis ser,
quem eu não sabia ser.

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Aprendizados

Dia 1 - seja você a mudança que quer ver no mundo, então, Glenda. Seja menos egoísta e mais aberta a ajudar o outro, sem esperar absolutamente nada em troca. Faça apenas pelo simples dever moral de ajudar e amar as pessoas.

sábado, 13 de fevereiro de 2016

Tem tanta coisa virando amor, que os poemas ficaram escassos

         Perdoe-me a ausência. 

        E nesse lapso temporal de quase dois meses sem dar uma passadinha por aqui, o tempo passou, passou e passou, e cá estamos nós: 2016!   

    Tenho aprendido tanto esses tempos, são tantas as novidades, mudei de emprego, pra começar a falar. Também resolvi dar novos rumos a minha vida. Sabe tudo aquilo que planejei há 1 ano? Pois é, passei uma borracha e desconstruí, que é pra me reconstruir maior e melhor. Assim eu penso, pelo menos.

        Eu tinha tantos planos, mudei tudo. Mudei desta vez sem medo e medidas, mudei por vontade, por gosto, por prazer, por inconformismo, pelo simples desejo humano de querer mudanças e crescimento pessoal. Talvez seja esse o processo de amadurecimento de que tanto falam. Como a cabeça da gente muda! 

       Lembrei de um filósofo grego, Heráclito de Éfeso, ele dizia: "tudo flui, nada é imutável, pois estamos em constante movimentação". Podemos entrar em um rio e nos banharmos nele, mas jamais poderemos entrar no mesmo rio e banharmo-nos nele novamente, pois o rio já não será o mesmo e tão pouco nós seremos os mesmos.


         Então a gente começa a perceber que certas coisas já não fazem o menor sentido e que outras fazem todo o sentido do mundo. Tudo depende da situação, como por exemplo, preocupar-se com o que estão pensando sobre nós, sobre como nos vestimos, sobre nossa ascensão profissional, relacionamentos, talentos, inteligência, enfim, são inúmeras as coisas. 
     Mas uma coisa é certa, estamos o tempo todo nos comparando e sendo comparados pelos outros. Não importa o motivo, precisamos de um modelo ou um padrão, ou qualquer outra coisa para medirmos nossa capacidade, aptdões e habilidades em relação aos outros. 
        E não adianta sermos hipócritas a ponto de estufar o peito e dizer: "eu não importo com que estão pensando de mim", afinal, o fato de dizermos isso já implica em uma preocupação em parecer 'despreocupado' com a opinião alheia.
         Todos esses comportamentos são bem típicos do próprio ser humano, a necessidade constante de um referencial, seja de sucesso, de vida, de amor, de conhecimento e reconhecimento, e na falta desse tal referencial acabamos por nos sentir completamente perdidos, muitas vezes sem saber o que fazer. 
         Tudo isso pode ser percebido em nosso dia a dia, e é tão forte que muitas das decisões que tomamos, se não estão totalmente embasadas nesses tais referenciais, estão intrínsecas a eles. A gente acaba meio que criando conceito pra tudo.    
        Talvez eu tenha fugido um pouco em relação ao que eu inicialmente queria dizer, mas meu eu lírico aqui é livre e despreocupado. E o que disse vem de encontro ao que tenho vivido nas últimas semanas, pois depois que a gente para pra perceber ao redor, já não enxerga mais do mesmo jeito, a gente vê cada pessoa como um Universo e cada Universo de cada pessoa como uma infinidade de possibilidades, percebe que há muito mais coisas além daquilo que vemos. 
        Eu sempre achei que não vale a pena perder tempo com aquilo que não te move, não te faz crescer, sejam coisas ou pessoas. E de uma vez por todas, resolvi fazer aquilo que deixa feliz. Quero seguir meus próprios passos, e largar o mapa dos outros.  
             

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Um pouco sobre dois mil e quinze

Fui olhar o calendário outro dia e tomei um susto quando caí na real e percebi que esse ano já foi embora e falta muito pouco para dezembro, janeiro, fevereiro, carnaval, páscoa, Tiradentes, e tudo de novo. Tudo de novo de novo? É o que me pergunto. Espero de coração que não, pelo menos, uns sessenta por cento de tudo que me aconteceu esse ano. É bom renovar as coisas, as ideias, as pessoas (algumas), as ocasiões, e guardar tudo bem guardado de recordação, os bons e maus momentos. São os dois tipos de situações que nos mantêm em pé. O importante é saber o que fazer com eles.

Fico olhando pra trás de vez em quando, que é pra não esquecer os tombos e pisadas em falso, faz parte do processo de crescimento aprender com cada erro, e se for possível cometer só os que eu não puder evitar, aprendi isso com alguém já foi muito importante um dia. A vida é muito, muito, muito curta pra perder tempo com quem não quer nada com nada, com quem não sabe a onde quer ir, pra quem não sabe o que quer, e quer nos arrastar pro mesmo mar de incertezas. Eu prefiro ter as minhas próprias incertezas e administrá-las ao meu modo, sem obrigações, imposições. Meus erros e meus acertos, assim vou pintando meus dias.

Já passou do tempo de ser mais egoísta, de pensar mais em mim, de ver o que diabos estou fazendo com a minha vida, e se tem valido a pena a vida que levo e carrego comigo,todos os dias. Não estou dizendo que sou ou fui uma Madre Teresa de Calcutá nos últimos anos, pelo contrário, quero dizer que pensar em mim mesma também não faz mal. Não faz mal abrir mão de gente parasita que só te coloca pra baixo, não faz mal algum tomar decisões totalmente independentes, como por exemplo, ir sozinha aos lugares, viajar sozinha, ir a shows, teatros, cinemas, fazer tudo sozinha, inclusive ir morar sozinha. Isso dá uma noção de como as coisas são, sem interferências externas.

Lembro-me da primeira vez que fui sozinha ao cinema, me senti estranha porque nunca havia feito isso antes, em geral, as pessoas vão acompanhadas a esses tipos de lugares, lembro também das vezes em que fui ao teatro, ao show, ao shopping, ao restaurante, enfim, aprendi a ser mais sozinha. Ser autossuficiente é entender que eu posso ser a minha melhor companhia em qualquer lugar.

Outro ponto é saber dizer ‘não’. Tenho me trabalhado tanto nessa questão, se fosse contar nos dedos todas as vezes que fiz algo que não queria somente para agradar alguém, com certeza não haveria dedos suficientes para contar. E sabe o que é pior? Isso machuca. Já pensou na quantidade de futuros cânceres que você pode evitar aprendendo a dizer mais nãos de vez em sempre? Vem então um sentimento ridiculamente estranho de idiotismo. Veja bem, não digo que fazer algo que não queremos por alguém que gostamos seja totalmente errado ou desagradável, mas fazer algo por pessoas que simplesmente não dão a mínima é patético.

Alguns hábitos são bem difíceis de mudar, mas não impossíveis. Eu sei, a gente bate muito a cabeça na parede, chora rios de lágrimas, mas isso não mata, te ensina.  Esse ano de dois mil e quinze foi marcado por grandes conquistas também, entre elas, o discernimento que adquiri sobre determinados aspectos da minha vida, sobre o que quero e sobre o que não quero. Sobre o que posso fazer, mesmo que digam que não posso ou não consigo. Sobre o que me agrada e desagrada. Sobre o que eu sou e não sou, sobre o que constrói minha identidade. 

       É tão bom entender quais são as fronteiras que delimitam seu contato com o mundo externo. A psicologia Gestáltica utiliza muito disso, o eu-selfie. Esse sou eu, e posso conviver bem com isso, só preciso entender quem de fato eu sou e quais são minhas fronteiras. Menina, com perdão da palavra escrachada, mas depois que aprendi a ligar o foda-se fui muito mais feliz. J  

domingo, 18 de outubro de 2015


Eu não escrevo pra ninguém e nem pra fazer música
E nem pra preencher o branco dessa página linda
Eu me entendo escrevendo e vejo tudo sem vaidade
Só tem eu e esse branco e ele me mostra o que eu não sei

E me faz ver o que não tem palavras
Por mais que eu tente, são só palavras
Por mais que eu me mate, são só palavras
Eu me entendo escrevendo e vejo tudo sem vaidade
Só tem eu e esse branco e ele me mostra o que eu não sei
E me faz ver o que não tem palavra
Por mais que eu tente, são só palavras
Por mais que eu me mate, são só palavras. 

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Saindo da bolha

        E quando a vida de adulto te chama e te empurra pra fora?
  Aquele momento em que você  abre a geladeira na madrugada só pra refletir no quão monótona tem sido a sua vida nos últimos anos. Você já passou de idade de ser adolescente, tão pouco criança, ainda que a cultive dentro de si, mas os anos não negam. Você cresceu. Hoje você tem um emprego, amigos, poucos amigos, muito amigos, não importa. Admitir que cresceu e é hora de sair da bolha será importante nessa fase da vida.
    Chega um momento em que estar na casa dos pais, ou de quem te criou começa a incomodar. Incomoda por dentro. Você quer ter o que é de fato seu. Um carro, uma casa, um cachorro, um gato, uma vida, sua, todinha sua. Quer ter suas contas pra pagar, o gás, a TV, o telefone, a água, a luz e a internet, não podemos esquecer da internet, quer ter todos esses pequenos desassossegos diários, e poder se orgulhar de cada um deles, porque no final, você terá de superá-los sozinho um dia. 
  O duro é saber que grande poderes requerem grandes responsabilidades, já dizia o Tio Ben, e não adianta querer sair de casa sem planejar antes, é burrice. É hora de pensar, pensar, pensar, e pensar mais um pouco. Colocar as contas na ponta do lápis, apontar pra fé e remar, porque o barco vai sair do cais. :-) 

         

sábado, 5 de setembro de 2015

As pequenas vitórias

     Frequentemente ouço aquela velha história de que algumas pessoas matam um leão por dia, ou de que é preciso matar um desses peludos diariamente para vencer na vida, e nos obstáculos que esse modo de viver moderno nos traz.
     Fico pensando então nos meus leões, onde eles estarão agora? Será que eu consigo matá-los? Ou é melhor domesticá-los e deixá-los bem alimentados? A segunda hipótese me agrada bem mais, vamos aderir ao politicamente correto nesse caso, eu gosto desses bichanos e não seria nada bacana fazer mal a algum deles. 
     Mas, voltando à velha frase "matar um leão por dia", pessoas que fazem isso são mais felizes do que os que preferem adestrá-los? Honestamente, já me sinto bem só no fato de conseguir levantar da cama às 6:30 sem reclamar, ou não estar morta de sono e me sentir disposta em ir ao trabalho, e às 7:30 em ponto colocar a chave na ignição, ligar o carro e durante o percurso inteiro, o trânsito estar livre, os raios solares amenos, dirigir tranquila ao som das minhas bandas favoritas, sem estresse, sem imprevistos chatos. E se antes de tudo isso eu conseguir tomar meu iogurte com banana amassada e aveia, em casa ainda, aí pronto, eu já ganhei minha manhã. Um leão a menos pra me preocupar, certo?
  Essas pequenas coisas têm me deixado tão alegre ultimamente, como por exemplo, achar uma vaga bacana num estacionamento lotado, comer sushi no almoço, terminar de ler um livro, encontrar dinheiro no bolso da calça, comprar frutas em dia de promoção, escrever despretensiosamente no meu blog, fazer exercícios ao ar livre, chuva, falar com estranhos como se já os conhecesse, fazer algo da minha lista de deveres, sair pra comprar pão integral na feira e conseguir ele ainda quentinho, ir ao restaurante e descobrir que tem purê, encontrar um velho amigo, entre outros.
       Talvez essa ânsia que temos de querer 'vencer' na vida, ou seja, matar leões por dia, não nos faz perceber que são essas pequenas vitórias que tornam tudo tão melhor no nosso dia a dia, quer seja por conspiração do destino, quer seja conspiração da vida, do universo e tudo mais, o importante é que dá super certo e tudo fica bem como o planejado. Vem então, aquele gostinho doce na boca de vitória, porque o dia está maravilhosamente bem. Lembrei de uma canção do Little Joy:

E onde a sorte há de te levar.
Saiba, o caminho é o fim, mais que chegar.
E queira o dia ser gentil, 
à tua mão aberta pra quem é . 

domingo, 23 de agosto de 2015

Ela tem entrelinhas fáceis de rimar.



Minha alma
Sabe que viver é se entregar
Sabendo que ninguém pode julgar
Se teve que olhar pra trás ou não
Talvez
Se a vida me trouxer o que eu pedi
Te encontro e faço tudo o que quiser
Te dizendo "O Sol renasce amanhã"
A vida é tão mais vida de manhã
Quando vejo você é
Saiba você é meu Sol
Ela tem entrelinhas fáceis de rimar
Me encosta o colo e fica onde quiser
E me molha como um rio que lava o chão
Só pra você eu tenho os olhos e meu coração
Espero o teu sorriso e as tuas mãos
Não esquece, o Sol renasce amanhã
A vida, enfim vivida de manhã
Quando tenho você
Sempre você é meu Sol
Meu Sol, saiba você é
Meu Sol, sempre você é
Meu Sol
Eu já me preparei demais
E declaro, agora é a hora
O amor profundo, o amor que salva
Vem depressa, não demora. 

sábado, 22 de agosto de 2015

Querida Glenda,

     Após um dia esplendorosamente iluminado e cheio de ideias, escrevo-lhe minhas mais sinceras palavras de elogios, afinal, você tem merecido. Sei o quanto têm sido produtivos os seus dias, as noite de sono bem dormidas e os cafés matinais regados a muito iogurte e pão integral de gergelim, chia e linhaça e muffins cobertos com amêndoas deliciosos, aos quais você ainda precisa aprender a receita.
     Puxa, você tem se saído bem, hein? Em dois meses conseguiu largar alguns vícios pavorosos que só te faziam mal, como por exemplo, guardar coisas velha inúteis, papéis com extratos bancários antigos, notas fiscais de supermercado, cotonetes sujos de poeira, cutucar suas unhas com os dentes, beber refrigerante, ou empilhar milhares de contas antigas de 2008, que sabe Deus por que você ainda as tinha. E nesse rol exemplificativo de descartes inúteis, podemos colocar algumas pessoas chatinhas e mal resolvidas, que só te faziam mal.
   O sábado hoje foi tão proveitoso, em um único dia você simplesmente se desfez de oito sacos de lixo abarrotados de papeladas, e no meio dessa bagunça de dezesseis anos de procrastinação em cima de procrastinação você finalmente conseguiu arrumar tudo. Caramba, foram dezesseis anos protelando, você realmente é a campeã da arte de deixar pra depois.
   Hoje mais um ciclo se fechou, e foi hoje também com lágrimas nos olhos que você encontrou seu primeiro livro intitulado: O Mundo das Magias, primeira e única edição de 1999. Fico pensando como era a sua cabecinha nessa época, aos nove anos de idade. Cheia de surpresa e admiração, até por coisas mais simples, das quais espero que você ainda não tenha esquecido de admirar. 
     Impressionante o que o tempo faz com muitas pessoas, ao contrário do esperado, hoje aos vinte e cinco, desejo de todo o coração que aquele mesmo brilho e admiração tenham continuado no seu olhar bobo de ver o mundo, seu jeito leve de levar a vida. A gente precisa aprender a ser mais criança às vezes, menina. Pare com esse negócio de se cobrar tanto pra entrar nos eixos e encaixes de padrões pós-modernistas criados em laboratório, propagandas de TV ou revistas de modas. 
    Admirar o simples e considerado óbvio e corriqueiro, como algo único e extraordinário, deixa as coisas mais leves, deixa o dia mais bonito, deixa a vida mais feliz. Talvez seu trabalho atual não tenha te dado tantas alegrias quanto você sonhou, talvez você se sinta meio cabisbaixa às vezes por não conseguir por em prática seu potencial que vai além de tirar fotocópias, carimbar folhas ou perfurar papéis. Maldita burocracia do serviço público! Mas você já parou pra ver as coisas de outra forma?
    Ver por outra perspectiva um mesmo fato nos torna mais coerentes na hora de tomar decisões e viver a vida, acredite, tudo é passageiro, esse emprego que te consome nove horas de trabalho diário é tão transitório quanto aquela roupa nova que você comprou com o salário que recebeu ao final do mês. Só que ao contrário dos supérfluos e bibelôs que você têm em casa, você pode construir algo novo, bem aí onde você está agora ou, na melhor das hipóteses, se mudar. Mudar de vida, mudar de olhar, limpar as lentes que te objetivam pra fora, pensar fora da caixinha. 
     Olha, não quero te desapontar, mas a vida nem sempre é o que esperamos que ela seja, e sem querer ser chata com essa conversa que mais parece autoajuda, vou te dar um conselho. Presta mais atenção nos detalhes, nos olhares, nos cheiros, nos sorrisos, nos abraços, nos carinhos, nos sabores que a vida te apresenta, você vai ver que a minha conversa sobre perspectivas sempre dá certo. Você está aqui, amanhã ali. É tudo uma questão de tempo e vontade.

       Com Carinho, eu mesma, em 23 de agosto de 2015.

sábado, 15 de agosto de 2015

Prosa sem compromisso


Eu poderia passar o dia inteiro lendo e relendo seus textos, suas memórias, seus dias, seus suspiros, beijos, abraços e carinhos, e ainda assim, continuar querendo mais, sempre. É um doce te amar, como diz Marcelo, é sempre um doce te amar.

domingo, 5 de abril de 2015

Você não cozinha como eu cozinho



Era bom demais acordar com o cheiro de caf.é invadindo a casa, quase que por condicionamento meus olhos se abriam, talvez até fosse, pois não havia melhor sensação do que acordar pela manhã  com o Sol ainda todo preguiçoso e tomar o delicioso café de minha avó com o pão caseiro que comprávamos na lojinha do Seu Júlio. Temperos e cheiros também são lembranças e minha vovó tinha mãos de fada na cozinha e na vida, suas mãos foram o suficiente para me ensinar a ler e escrever quando eu ainda tinha cinco ou seis anos de vida.
Cresci assim, cercada de tios, primos e gatos. Eu sempre trazia um ou outro peludo de quatro patas da rua para dentro de casa. Minha tia enlouquecia com isso, até o momento em que ela também se apegava aos bichanos. Foram tantos, pelas minhas contas, mais de trinta. Eram todos de rua, doentes, magros, feios, não importava, eu pegava os que ninguém queria. Depois disso vieram os cachorros, só que aí eles corriam atrás dos gatos e a confusão estava formada, então tivemos de optar, e os cães venceram, afinal, depois de muitas brigas de cão e gato, alguém sempre saia machucado. Então, um a um, os gatos foram sumindo lá de casa, sempre fugiam para nunca mais, acho que encontravam outro escravo humano que os alimentasse melhor. Gatos fazem isso constantemente.
Voltando às lembranças culinarísticas de minha infância, lembro-me dos dias em que a minha mãe fazia bolo para lancharmos antes de assistirmos A Usurpadora, e honestamente, não havia melhor bolo no mundo em um milhão de anos, e nem novela mais legal do que aquela. Eu via minha mãe quase como uma divindade da culinária.
Hoje, já adulta, na altura dos meus vinte e quatro anos de idade (quase vinte e cinco), percebo que não aprendi quase nada sobre cozinha, exceto por vídeos da internet, mas eu quase nunca tento fazer algo comível e quando tento, não sai nem de perto como planejado.
Essa juventude de hoje está mesmo perdida, talvez dissesse minha avó caso me visse hoje. Não herdei esses dons de minha avó e mãe, assim como algumas várias amigas minhas também não herdaram de suas avó e mães, se fosse em outras épocas ia ser bem mais difícil sobreviver ao caos social imposto sobre a mulher, que bom que os tempos mudaram.
Minha geração não foi criada para aprender a cozinhar, a consertar aquilo que se quebra, a bordar, costurar, somos da era do descartável, do disk-entrega, do fácil e pagável, tudo ao alcance dos olhos e dedos na tela de um aparelho portátil. Não sei onde tudo isso vai chegar, se o futuro será bom ou ruim, mas os tempos mudaram e a juventude hoje está mais do que acostumada a consumir sem gastar tanto tempo, ninguém quer perder mais tempo com isso, mas preferem gastar horas de vida no trabalho para assim poder ter dinheiro para pagar alguém que irá fazer o que vão comer. Há alguma lógica nisso?

Eu mesma, de vez enquanto brinco com algumas pessoas, quando pergunto a elas se podem “emprestar” a mãe por alguns dias pra eu levar lá pra casa. Meus amigos nunca entendem a brincadeira, mas sabe, vou confessar, eu sinto mesmo é falta do cheirinho de café pela manhã, do bolo de chocolate, das comidas caseiras no domingo, essas coisas que só mãe sabe fazer, e que restaurante nenhum no mundo sabe copiar, nem aquele que fica no fim do Universo. Sabor de comida de mãe está na memória e na saudade de casa. Pena que elas, as nossas mães, não são pra sempre, mas bem que poderiam ser, sem dúvida eu apoiaria essa causa justa.